Page 222 - XXIII Prêmio Tesouro Nacional 2018
P. 222
Tema – Equilíbrio, transparência e planejamento fiscal de médio e longo prazo – Cristina Yue Yamanari
No âmbito fiscal, tanto a acessibilidade da dívida como o endividamento do
país são significativos para a avaliação feita por qualquer das três agências, indicando
que a elevação das variáveis leva à redução do rating final que elas atribuem.
As descobertas evidenciam a importância do planejamento fiscal no desem-
penho da economia de um país e podem ser um ponto de partida para a complexa
discussão enfrentada pelos formuladores de políticas públicas sobre quais inicia-
tivas priorizar para recuperar ou potencializar sua credibilidade e melhorar o
ambiente institucional como um todo, uma vez que os resultados se aplicam a
qualquer soberano avaliado por qualquer uma das três agências.
Todas as doze variáveis se apresentam significativas quando utilizadas em
modelo que unifica a nota média emitida pelas três agências, com coeficiente de
determinação bastante próximo ao obtido pela Fitch Ratings (sendo 0,92 o do
modelo e 0,94 o da CRA). A utilização de outlooks e credit watches fornece resul-
tados similares. Além disso, a existência de abertura financeira de um soberano é
favorável para a nota emitida por qualquer uma das três agências.
Por fim, diferentemente de Amstad e Packer (2015), para os quais não há
evidências de discriminação nas avaliações de países emergentes em comparação
com países avançados, o trabalho encontra indícios de que as CRAs aparentam,
sim, ser mais benevolentes nas análises de países industrializados.
Referências
AFONSO, A. Understanding the determinants of sovereign debt ratings: evidence for the
two leading agencies. Journal of Economics and Finance, v. 27, n. 1, p. 56-74, 2003.
AFONSO, A.; GOMES, P.; ROTHER, P. Short and long run determinants of sovereign
debt credit ratings. International Journal of Finance, v. 15, p. 1-15, 2011.
AMSTAD, M.; PACKER, F. Sovereign ratings of advanced and emerging economies
after the crisis. BIS Quarterly Review, p. 77-91, dez. 2015.
BISSOONDOYAL-BHEENICK, E. An analysis of the determinants of sovereign ratings.
Global Finance Journal, v. 15, n. 3, p. 251-280, 2005.
CANTOR, R.; PACKER, F. Determinants and impact of sovereign credit ratings. The
Journal of Fixed Income, v. 6, n. 3, p. 76-91, 1996.
CHINN, M. D.; ITO, H. What matters for financial development? Capital controls,
institutions, and interactions. Journal of Development Economics, v. 81, n. 1, p. 163-
192, out. 2006.
ERDEM, O.; VARLI, Y. Understanding the sovereign credit ratings of emerging markets.
Emerging Markets Review, v. 20, p. 42-57, 2014.
220 Finanças Públicas – XXIII Prêmio Tesouro Nacional – 2018