Page 88 - XXII Prêmio Tesouro Nacional 2017
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Tema – Equilíbrio e Transparência Fiscal – Helder Ferreira de Mendonça e Joseph David B. Vasconcelos de Deus
taBela 3 – erros de previsão – fUnção perda assimétrica por horizonte preditivo
ERRO DE PREVISÃO FISCAL
Fraca eficiência
Horizonte b/a Não corr.
δ 0 δ 1
Ano corrente 19.766 0.48 4.25*** -6.29***
1 ano à frente 77.889 0.16 -1.12 -0.32
2 anos à frente 253.274 0.35 -2.34** 1.67*
Amostra total 55.725 4.67** -0.18 -1.07
ERRO DE PREVISÃO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO
Fraca eficiência
Horizonte b/a Não corr.
δ 0 δ 1
Ano corrente 0.673 0.04 -1.70* 2.43**
1 ano à frente 1.344 0.01 1.10 -1.03
2 anos à frente 2.044 0.07 3.89*** -3.92***
Amostra total 1.404 0.09 1.09 -0.80
Fonte: Elaboração dos autores.
Nota: “Não corr.” é o Teste (LM(2)) para não correlação de c’(e). Fraca eficiência reporta o teste “t” para δ = 0 e δ = 0
1
0
na equação 3.8. b/a próximo a 1 corresponde à perda quadrática simétrica. (*), (**) e (***) denotam a rejeição da hipótese
nula nos níveis de significância de 10%, 5% e 1%, respectivamente.
Em resumo, muitos dos resultados indicam que o previsor atribui uma mais
alta perda para previsões excessivamente prudentes. A hipótese de fraca eficiência
não pode ser rejeitada para ambos os erros de previsão fiscal e de crescimento
econômico para projeções de 1 ano à frente e para a amostra total. Portanto, é
possível observar uma melhoria nos resultados quando comparados com aqueles
referentes à função perda simétrica apresentados na tabela 1.
3.2 Determinantes do erro de previsão fiscal no Brasil
De maneira a analisar os determinantes do erro de previsão do balanço
orçamentário do governo, uma primeira dimensão que leva em conta os fatores
econômicos é considerada. Por ser um país emergente, há a possibilidade de
ocorrer uma persistência dos erros de previsão e, como consequência, o valor
defasado do erro da previsão fiscal ( ) é considerado uma variável explanatória.
Em outras palavras, é possível observar se há um efeito backward-looking nas
previsões. A introdução do erro de previsão de crescimento econômico (e ) no
G
modelo é justificável, pois, como apontado por Artis e Marcellino (2001), essa
variável reflete a operação de estabilizadores automáticos. Em particular, devido
ao fato de as previsões do balanço orçamentário considerarem as previsões de
crescimento econômico para estimação das receitas, é esperado que um maior e G
cause maior e (sinal do coeficiente positivo).
F
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