Page 202 - XXII Prêmio Tesouro Nacional 2017
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Tema – Equilíbrio e Transparência Fiscal – Sérgio Wulff  Gobetti, Rodrigo Octávio Orair e Frederico N. Dutra


               Por fi m, procedemos a um teste de consistência das estimativas de balanço
          primário estrutural e de impulso fi scal comparando os resultados para os diferentes
          benchmarks de PIB potencial referidos no capítulo 2. Os resultados são apresen-
          tados nas tabelas 15 e 16 e, a princípio, mostram uma deterioração fi scal entre
          2002 e 2016 um pouco mais acentuada (pelo resultado abaixo da linha) tomando
          como referência o PIB potencial estimado pelos autores neste trabalho (FP-CP).
          Isso porque se estimou um hiato do produto mais negativo no início da amostra.
          No período posterior a 2008, por sua vez, a deterioração fi scal é mais pronunciada
          com o PIB potencial estimado pelo Ipea.

               Ao analisarmos as medidas de desempenho fi scal da tabela 16, por sua vez,
          destacam-se as seguintes comparações:
               As variações do resultado estrutural divergem em no máximo em 0,5 ponto
          porcentual do PIB potencial em 2013 e em 2014, mas são bastante parecidas nos
          anos de 2011, 2012, 2015 e 2016.
               As discrepâncias entre as medidas de impulso fi scal, quando consideramos
          para a despesa a taxa média de crescimento do PIB potencial, são insignifi cantes
          (no máximo 0,1 ponto porcentual do PIB) para praticamente todo o período, o
          que é um bom sinal se considerarmos as incertezas e a volatilidade nas estimativas
          do produto potencial por diferentes metodologias.

               As estimativas de impulso fi scal pelo lado da receita tributária ajustada ao
          ciclo são praticamente idênticas (e apresentam relativa coerência com as medidas
          de impulso fi scal com taxmeasures, como já mencionado). Essa similaridade se
          deve ao fato  de que as elasticidades utilizadas são razoavelmente próximas da
          unidade e se aplicam apenas a uma parte das receitas, resultando que a carga
          tributária ajustada (em proporção do PIB potencial, T*/Y*) é quase idêntica à
          carga pré-ajuste (T/Y) independentemente do tamanho do hiato.
               Ou seja, em última instância, quando as elasticidades são próximas da
          unidade, o hiato tem maior relevância para avaliar o impulso pelo lado das
          despesas.



             taBela 15 – resUltado estrUtUral com diferentes piBs potenciais (% piB)







          Fonte: Elaboração dos autores.






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