Page 196 - XXIII Prêmio Tesouro Nacional 2018
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Tema – Equilíbrio, transparência e planejamento fiscal de médio e longo prazo – Cristina Yue Yamanari


                 2 Os determinantes do rating soberano




          2.1 A métrica adotada pelas agências na determinação da nota soberana



               Apesar de semelhantes nos aspectos macroeconômicos que levam em consi-
          deração, as três agências diferem quanto à métrica empregada no  processo de
          análise e ao peso atribuído a cada critério.
               A análise de risco soberano da Moody’s (2013), a agência mais antiga entre
          as três, baseia-se em quatro fatores: força econômica, força institucional, força
          fiscal e vulnerabilidade ao risco de evento, numa escala de 21 notas (de Aaa a C).
               Cada fator é calculado com base em subfatores, que, por sua vez, são
          estimados por meio de indicadores. Cada indicador é associado a uma escala de
          quinze níveis. A mesma escala é utilizada para atribuir a pontuação do subfator e,
          posteriormente, do respectivo fator. Os fatores “força econômica” e “força institu-
          cional” recebem o mesmo peso e são conjugados para formar um perfil de “resis-
          tência econômica”. Posteriormente, o fator “força fiscal” é agregado com o perfil
          de “resistência econômica”, gerando a “força financeira do governo”. O peso da
          força fiscal é maior para países com resistência econômica moderada, uma vez que
          países com alta resistência econômica são menos suscetíveis a mudanças em seus
          indicadores de dívida. Na última etapa, a suscetibilidade de um país ao risco de
          evento é conjugada com a força financeira do governo. Este último fator funciona
          como uma restrição e pode apenas diminuir o intervalo de  rating preliminar
          gerado pela combinação dos três primeiros fatores.

               No fator fiscal, dois subfatores compõem a análise: o nível de endividamento
          e a acessibilidade da dívida. Além da dívida bruta total, que inclui governo central
          e governos regionais e locais, a dívida do governo central também é analisada
          separadamente.  Os  subfatores  são  ajustados  por  quatro  variáveis,  que  tentam
          captar a complexidade e a diversidade dos componentes da dívida.



                      tabela 1 – avaliação FiScal do Soberano pela moody’S

               Subfator     Ponderação                  Indicadores do subfator
                                      Dívida geral do governo/PIB (t)
             Carga de dívida  50%
                                      Dívida geral do governo/Receitas (t)
                                      Pagamentos de juros gerais do governo/Receita (t)
           Acessibilidade da dívida  50%
                                      Pagamentos de juros gerais do governo/PIB (t)


          194   Finanças Públicas – XXIII Prêmio Tesouro Nacional – 2018
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