Page 198 - XXIII Prêmio Tesouro Nacional 2018
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Tema – Equilíbrio, transparência e planejamento fiscal de médio e longo prazo – Cristina Yue Yamanari



              Fator           Descrição                        Indicadores
                                              Dívida geral líquida do governo/PIB (%)
          2º fator primário  Endividamento    Dívida geral bruta do governo/PIB (%)
                                              Despesa com juros do governo central/Receita geral do governo (%)
                                              Mais de 40% da dívida pública bruta em moeda estrangeira ou com
                                              prazo médio inferior a três anos
                       Acesso a financiamento e estrutura   Dívida pública superior a 10% do PIB em termos líquidos e mais de
                       da dívida              60% da dívida comercial do governo central detida por não residentes
                                              Serviço da dívida vulnerável devido a perfil de amortização que varie
                                              em mais de 5% do PIB de um ano para outro
          Fatores de ajuste
                                              Custo estimado de perdas e recapitalização do setor bancário em um
                                              período de três anos sob cenário de estresse
                                              Custo estimado de apoio a empresas não financeiras do setor público
                       Passivos contingentes
                                              com dívida de mais de 1% do PIB
                                              Perda potencial em garantias soberanas formais ou implícitas,
                                              operações quase-fiscais, securitizações, PPPs
          Fonte: STANDARD & POOR’S, 2014.


               A principal medida para avaliação do desempenho fiscal pela S&P é a
          variação do estoque da dívida bruta do governo geral, expressa como percentual
          do PIB. A nota é ponderada por fatores de ajuste, como flexibilidade fiscal –
          que pode possibilitar ao governo tomar medidas para mitigar efeitos de crises
          econômicas e restaurar o equilíbrio fiscal – e vulnerabilidades e desafios fiscais
          de longo prazo que podem comprometer seus desempenhos fiscais. Alterações
          demográficas, como o envelhecimento da população, são potenciais condutores
          de desequilíbrio fiscal e, por esse motivo, podem ser inseridas na análise de flexi-
          bilidade fiscal do governo.
               A Fitch, mais recente entre as três agências, utiliza uma combinação de duas
          metodologias para definir um rating de crédito soberano: o Sovereign Rating Model
          (SRM) e o Qualitative Overlay (QO), ou Fatores Qualitativos. Ambos se funda-
          mentam nos mesmos quatro pilares: políticas e desempenho macroeconômico,
          fatores estruturais, finanças públicas e setor externo.
               O QO é uma avaliação prospectiva que descreve os fatores qualitativos
          de ajuste não necessariamente observáveis, podendo se refletir na alteração da
          nota obtida pelo modelo em um intervalo de -2 até +2, para cada um dos pilares
          principais. O SRM, por seu turno, é um modelo econométrico que busca estimar,
          por meio de regressão OLS (Ordinary Least Squares), e com base em dezoito
          critérios quantitativos, econômicos e financeiros, uma nota que é utilizada em
          conjunto com o QO como uma ferramenta para a definição do rating de longo
          prazo em moeda estrangeira do soberano. O modelo compreende todos os entes
          soberanos avaliados pela Fitch entre 2000 e 2013, o que torna o modelo circular e


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