Page 262 - XXIII Prêmio Tesouro Nacional 2018
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Tema – Equilíbrio, transparência e planejamento fiscal de médio e longo prazo – Jorge Eduardo M. Simões


               Os resultados dos espaços fiscais (EFit), por sua vez, revelam a crise viven-
          ciada pela maioria dos estados brasileiros no ano de 2016, quando dezoito  dos 27
                                                                                 41
          estados apresentaram espaços fiscais negativos. Ou seja, nesses estados houve um
          hiato fiscal em virtude de seus estoques de dívida/PIB (dit) já terem ultrapassado
          os níveis máximos de dívidas ( ) no ano de 2016. Caso nenhuma política seja
          adotada para reduzir esse problema, as dívidas desses estados permanecerão em
          trajetórias insustentáveis.
               Novamente os estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro
          e São Paulo aparecem como destaques negativos. Seus estoques de dívida/PIB
          naquele ano estavam, respectivamente, em 21,37%, 20,87%, 16,29% e 13,40% além
          das suas capacidades de pagamento.
               Esse resultado pode ser interpretado em termos da análise gráfica apresentada
          na figura 5. Em função da fadiga fiscal, qualquer ponto além de ( ) mostra que a
          dívida dos governos estaduais crescem continuamente em uma trajetória insustentável.
               Em contrapartida, mais uma vez, os estados do Amapá (18,32%) e Roraima
          (8,14%) juntamente com Tocantins (3,52%) ocupam os três primeiros lugares no
          ranking de geração de espaço fiscal. Nesses estados, a relação de endividamento/
          PIB situa-se aquém de ( ), o que significa dizer que seus saldos primários são
          maiores que os pagamentos de juros ajustados ao crescimento econômico.

               As perspectivas para os anos seguintes (2017-2020) não eram favoráveis, com
          o limite da dívida, em termos médios, variando de um cenário otimista (9,62%,
          8,90%, 8,75%, 8,65%) a um pessimista (7,62%, 6,95%, 6,77%, 6,58%), passando
          por um cenário mediano (8,54%, 7,91%, 7,73%, 7,61%).

               Com exceção do cenário otimista, em que, em média, os estados apresen-
          taram espaços fiscais positivos, mesmo que pequenos (0,78%, 0,25%, 0,22%,
          0,20%), nos demais os resultados são hiatos fiscais entre 0,50%, 0,92%, 0,97%,
          1,91%, no cenário mediano, e 1,58%, 2,06%, 2,11%, 2,34%, no pessimista.

               Vale ressaltar que em todos os cenários os estados de Minas Gerais, Rio
          Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás estavam na trajetória de insol-
          vência da dívida pública. Por outro lado, o destaque positivo foi para os estados
          de Roraima, Amapá, Tocantins e Amazonas, que apresentaram espaços fiscais
          positivos em todos os cenários criados (tabelas A6, A7 e A8, no apêndice).










          41   Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Bahia,
             Acre, Mato Grosso, Sergipe, Ceará, Rondônia, Santa Catarina, Espírito Santo, Piauí e Amazonas.
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