Page 25 - XXII Prêmio Tesouro Nacional 2017
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Tema – Dívida Pública e Concessão de Garantias – Josué Alfredo Pellegrini
Gráfico 3 – reservas em meses de importação
Fonte: Banco Central do Brasil.
É possível ver que as reservas subiram bastante no período considerado,
quando aferidas em meses de importação de bens e serviços. De 5,9 meses ao
final de 2001, as reservas aumentaram para 21,5 meses de compras externas, em
junho de 2017. A diferença entre esse gráfico e o gráfico 1 é o aumento menos
pronunciado do indicador, pois as importações também subiram no período
abordado. Apenas no biênio 2015-2016, as compras externas caíram por conta da
forte recessão vivida pelo país. Tal fato elevou o tamanho das reservas em relação
às importações, mesmo que elas tenham permanecido relativamente estáveis no
período, em termos absolutos.
Um fato a registrar é que reservas correspondentes a três ou seis meses
de importações de bens e serviços devem ser descartadas de pronto como
adequadas, pois o Brasil já havia alcançado esse patamar desde o início da
década passada, quando a situação cambial era reconhecidamente delicada. Já as
reservas equivalentes a doze meses de compras externas foram alcançadas pela
primeira vez em março de 2007 e, definitivamente, em junho de 2009, quando
os efeitos da crise internacional iniciada em setembro do ano anterior já haviam
se dissipado.
Atualmente, as reservas equivalem a mais de vinte meses de importações
de bens e serviços, o que corresponde a um número elevado de acordo com a
métrica ora em análise, mesmo levando-se em conta que a vindoura recuperação
da economia deverá elevar as importações e reduzir a relação, talvez, para algo
mais próximo de quinze meses, patamar em que se encontrava antes da recessão
iniciada em 2015.
Finanças Públicas – XXII Prêmio Tesouro Nacional – 2017 23