Page 28 - XXII Prêmio Tesouro Nacional 2017
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Tema – Dívida Pública e Concessão de Garantias – Josué Alfredo Pellegrini


            Gráfico 5 – reservas (r) em relação à dívida externa de cUrto prazo (dcp)
                               e ao saldo em conta corrente (scc)






















          Fonte: Banco Central do Brasil.


               Conforme se pode ver, a relação entre as reservas e as métricas, calculadas
          de acordo com os conceitos do BCB e do FMI, evoluíram de modo similar do final
          de 2005 a junho de 2017. No período de forte acumulação de reservas, até 2012,
          os indicadores aumentaram bastante, pois a dívida de curto prazo não subiu na
          mesma intensidade. Os dois indicadores alcançaram o nível máximo em março de
          2012, o equivalente a 5 e a 4,3, respectivamente. Ao longo de 2014, os indicadores
          caíram pronunciadamente por causa do forte aumento da dívida externa de curto
          prazo dos bancos e das operações intercompanhias. Após a queda, os indicadores
          alcançaram  o  patamar  em  que  se  mantiveram  até  setembro  de  2016:  3,0  pelo
          indicador do BCB e 2,3 de acordo com o indicador do FMI. Daí em diante os
          indicadores voltaram a subir por conta do aumento das reservas e da diminuição
          da dívida de curto prazo, chegando, em junho, a 4,0 e 2,8.

               Já quanto ao indicador expandido, que leva em conta o saldo das transações
          correntes, o valor mais alto, 2,4, foi alcançado cedo, ao final de 2009. Nos anos
          seguintes, até o final de 2013, oscilou em torno de 2,0. Daí em diante, o indicador
          caiu até alcançar 1,5 em setembro de 2015, mas depois passou a subir até os atuais
          2,6, recorde da série. O movimento dos últimos anos se deveu em grande medida
          à trajetória do déficit em conta corrente. Conforme visto, em caso de déficit, esse
          indicador posiciona-se abaixo dos demais. Em 2008, as transações correntes do
          Brasil voltaram a ser deficitárias, depois de alguns anos de saldo positivo. Nos
          anos seguintes,  o déficit cresceu  rapidamente, o que  impediu que  o  indicador
          expandido subisse mesmo com o forte aumento das reservas. De 2012 em diante,
          como as reservas se mantiveram relativamente estáveis, o indicador acompanhou
          o déficit nas transações correntes, que alcançou o auge em 2014 e depois passou a
          cair de modo pronunciado.

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