Page 70 - XXII Prêmio Tesouro Nacional 2017
P. 70

Tema – Equilíbrio e Transparência Fiscal – Helder Ferreira de Mendonça e Joseph David B. Vasconcelos de Deus


          onde: U representa a utilidade do tomador de decição fiscal; são os gastos públicos
          agregados atuais; j a k representam os diferentes agregados de gastos; R são as
          receitas agregadas atuais; m a n representam os diferentes agregados de receitas;
          E* e R*  são os correspondentes valores planejados de gastos e receitas; α é uma
                m
           j
          constante que representa o valor máximo irrestrito de utilidade do tomador de
          decisão; e β e γ representam respectivamente parâmetros de sensibilidade de
          gastos e receitas. Os termos entre parênteses capturam o desvio dos gastos e
          das receitas em relação ao que foi planejado. Portanto, à medida que há um
          aumento nesses desvios a consequência é uma redução da utilidade do tomador
          de decisão fiscal.

               Lledó e Poplawski-Ribeiro (2013) fazem uma analogia entre o modelo
          de resposta fiscal e o problema de erro de previsão fiscal. De acordo com essa
          visão, uma função perda de bem-estar é representada pela desutilidade que as
          autoridades fiscais têm em se desviar do valor planejado. Em outras palavras, o
          bem-estar referente às decisões fiscais será maior quanto menor for a diferença
          entre o realizado e o planejado, isto é, o erro de previsão. Tal relação pode ser
          expressa como:

                                                                                   (2.2)

          em que B  é o balanço orçamentário geral atual (ou realizado) para o período t;
                   t
          B* é o correspondente balanço orçamentário planejado (objetivo) para o mesmo
           t
          período; e α seria o nível máximo de utilidade irrestrita do tomador de decisão
          fiscal que é alcançado somente quando o orçamento realizado é exatamente igual
          ao planejado.
               Em suma, o erro de previsão fiscal reduz a utilidade do tomador de decisão
          fiscal e, portanto, mostra a importância de se obter sempre previsões acuradas
          e eficientes que evitem o viés. A medida do erro de previsão fiscal corresponde,
          em geral, à diferença entre o balanço orçamentário executado (observado) e o
          balanço orçamentário previsto. Logo:


                                                                                   (2.3)
          onde: e  significa o erro de previsão para o ano t; B é o balanço orçamentário; o
                 t
          subescrito t refere-se ao ano de aplicação do orçamento; e o superescrito refere-se
          ao ano de elaboração da previsão orçamentária. Logo,       representa a previsão
          do balanço orçamentário feita no ano t-1 para a execução no ano t.
               Para uma análise mais detalhada do balanço orçamentário, este pode ser
          decomposto nos seus elementos de gastos e receitas, isto é:

                                                                                   (2.4)



          68    Finanças Públicas – XXII Prêmio Tesouro Nacional – 2017
   65   66   67   68   69   70   71   72   73   74   75