Page 72 - XXII Prêmio Tesouro Nacional 2017
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Tema – Equilíbrio e Transparência Fiscal – Helder Ferreira de Mendonça e Joseph David B. Vasconcelos de Deus
Uma análise mais detalhada de erros de previsões em variáveis orçamen-
tárias que também faz uso da metodologia ex post é desenvolvida por Von Hagen
(2010). Nesse trabalho é possível encontrar duas importantes contribuições:
i. cálculo do erro de previsão não somente para o balanço orçamentário
geral, mas também de cada um de seus elementos (receitas e despesas),
todos como razão do PIB, além de calcular ainda o erro de previsão para
o crescimento do PIB real; e
ii. análise dos erros de previsão para diferentes horizontes de tempo (ano
atual t = 0, 1 ano à frente t = 1, e 2 anos à frente t = 2). As projeções
para quinze países europeus correspondentes ao período de 1998 a 2004
são retiradas dos relatórios dos Programas de Estabilidade e Cresci-
mento (PEC) e dos Programas de Convergência submetidos uma vez
por ano pelos países que formam a União Europeia, enquanto os dados
revisados (ou ex post) são retirados do anexo estatístico da European
Economy publicada em 2007. A fórmula de cálculo do erro de previsão é
semelhante às supramencionadas:
(2.6)
em μ que é o erro de previsão do período t; X é o valor ex-post da variável de
t
t
interesse (balanço geral, receita, despesa ou crescimento econômico); e é o
valor previsto da variável de interesse para diferentes horizontes de previsões (ano
corrente, um ano à frente e dois anos à frente).
Seguindo ainda a literatura que faz uso de dados ex post, Pina e Venes
(2011) contribuem para a análise do erro de previsão do balanço orçamentário
do governo geral e utilizam como fonte de dados as previsões e dados revisados
contidos nas notificações do Procedimento de Déficit Excessivo (Excessive Déficit
Procedure – EDP) submetidas duas vezes ao ano à Comissão Europeia.
A partir de uma análise para a política monetária nos Estados Unidos,
Orphanides (1997) é o responsável pelos estudos seminais quanto à utilização de
dados em tempo real. O emprego dessa metodologia foi expandido para a análise
de política fiscal em duas linhas principais de pesquisa:
i. estimação de uma função de reação fiscal presentes nos trabalhos de
Forni e Momigliano (2004); Cimadomo (2012); Marinheiro (2008); Pina
(2009); e Lewis (2009); e
ii. identificação dos determinantes dos erros de previsões orçamentárias e
outras previsões macroeconômicas encontrados em trabalhos como os
de Beetsma et al. (2009, 2010, 2011) e Lledó e Poplawski-Ribeiro (2013).
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