Page 52 - XXIII Prêmio Tesouro Nacional 2018
P. 52

Tema – Equilíbrio, transparência e planejamento fiscal de médio e longo prazo – Rafael Barros Barbosa


               Seguindo  Leeper,  Walker e  Yang (2010), o  parâmetro do  peso  do capital
          público sobre o produto, representado por  α  na função Cobb-Douglas, será
                                                        3
          α  = 0,05. Cavalcanti e Vereda (2015) e Gomes, Bezerra e Pereira (2016) assumem
           3
          um valor próximo ao adotado neste trabalho. Pressupõe-se também que o
          parâmetro de persistência dos instrumentos fiscais é de 0,89. Isso implica que um
          choque fiscal possui uma meia-vida de 24 meses.

               Gomes Bezerra e Pereira (2016), utilizando dados do Instituto Brasileiro
          de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ipeadata entre os anos de 2003 e 2008,
          estimam que a depreciação do capital público é expressa por:  δG  = 0,05. Tal
          resultado é semelhante ao adotado por Ferreira e Nascimento (2007) e Pereira e
          Ferreira (2011). Considera-se aqui que os agentes não ricardianos representam
          66% da população brasileira. Essa parametrização está de acordo com a literatura
          sobre o tema, como em Cavalcanti e Vereda (2015).

               Os valores das alíquotas dos tributos sobre o capital, o trabalho e o consumo
          foram obtidos a partir dos trabalhos de Gomes Bezerra e Pereira (2016), Carvalho
          e Valli (2011), Siqueira, Nogueira e Souza (2001) e Lúcio et al. (2017) – ver tabela
          4, no apêndice D.

               Por fim, a regra de Taylor é parametrizada com base nos trabalhos de Castro
          et al. (2011), para os quais a sensibilidade da taxa de juros em relação ao PIB (γ ),
                                                                                       γ
          a sensibilidade da taxa de juros em relação à inflação (γ π ) e a persistência da taxa
          de juros (γ R ) são, respectivamente, de 0,16; 2,43 e 0,79. Dias e Andrade (2016)
          também adotam esses parâmetros para regras de política monetária.
               A tabela 5, no apêndice E, apresenta as razões entre os valores de estado
          estacionários para os agregados econômicos brasileiros a partir dos trabalhos de
          Gomes, Bezerra e Pereira (2016), Cavalcanti e Vereda (2015) e Lúcio et al. (2017).
               Como argumentado por Fernandez-Villaverde, Guerrón-Quintana e Uribe
          (2011), choques de segundo momento, como os de incerteza, são mais apropriada-
          mente simulados pela resolução do modelo por meio de aproximações de terceira
          ordem em relação  aos  níveis de estado  estacionário. Entretanto, aproximações
          de terceira ordem geram resultados explosivos mesmo quando a solução linear
          é estável. Isso ocorre porque ordens elevadas produzem estados estacionários
          instáveis, como observado por Kim et al. (2008).

               Para contornar o problema utiliza-se procedimento semelhante ao adotado
          por Fernandez-Villaverde  et al. (2015) e Leduc e Lui (2016). Primeiramente,
          simula-se um modelo com uma aproximação de terceira ordem para 2.096
          períodos, considerando a calibração de todos os choques, parâmetros e valores de
          estado estacionário descritos anteriormente.





          50    Finanças Públicas – XXIII Prêmio Tesouro Nacional – 2018
   47   48   49   50   51   52   53   54   55   56   57