Page 56 - XXIII Prêmio Tesouro Nacional 2018
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Tema – Equilíbrio, transparência e planejamento fiscal de médio e longo prazo – Rafael Barros Barbosa
Fonte: Elaboração do autor.
Nota: A figura 7 apresenta a função impulso-resposta (FIR) sobre as variáveis fiscais decorrente de um choque de incerteza
em comparação à simulação sem incerteza. Quatro variáveis são analisadas: consumo do governo (G), receita tributária
(T), transferências (TRANSF) e investimento público (IG).
Figura 7 – Fir dSge reSultado principal:
choque de incerteza Sobre variáveiS FiScaiS
Analisando o efeito global do choque de incerteza sobre o investimento,
nota-se que tanto o investimento privado quanto o público são negativamente
afetados pela incerteza. Entretanto, a magnitude do impacto é maior e mais persis-
tente sobre os investimentos privados.
Para identificar qual tipo de receita tributária é mais impactado pelo choque
de incerteza, a figura 8 apresenta o efeito desse choque sobre os componentes
daquela receita, quais sejam: receita decorrente da tributação sobre o consumo
(T.CONSUMO), sobre o capital (T.CAPITAL) e sobre o trabalho (T.TRABALHO).
Em todos os casos, a presença da incerteza reduz a receita tributária. Entre-
tanto, a tributação sobre o consumo é a que sofre um impacto negativo de maior
magnitude, de aproximadamente 3,5%.
Tributos sobre capital e trabalho sofrem uma redução de cerca de 0,35% e
0,47% em seu pico, respectivamente. O tributo sobre o capital sofre o efeito da
queda no retorno do capital após o choque de incerteza. Por sua vez, a redução
do tributo sobre o trabalho é resultado do impacto negativo no nível salarial e no
número de empregados contratados. Apesar da diferença em termos de magnitude,
a persistência do choque nos tributos é bastante semelhante, com retorno para o
nível estacionário após quarenta meses.
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