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Tema – Equilíbrio, transparência e planejamento fiscal de médio e longo prazo – Rafael Barros Barbosa





















          Fonte: Elaboração do autor.
          Nota: A figura 14 apresenta a função impulso-resposta (FIR) sobre o resultado primário (em preto) decorrente de um cho-
          que de incerteza em comparação à simulação sem incerteza. Em verde pontilhado é apresentada a função impulso-resposta
          sobre o resultado primário obtido a partir do modelo SVAR. Além disso, a figura mostra a sensibilidade dos resultados a
          variações na regra fiscal que rege o gasto público. Dois diferentes graus de sensibilidade do gasto público às condições
          econômicas são examinados: φ  = 0,0, em preto (baseline); e φ  = 0,3, em azul.
                              G                    G
            Figura 14 – Fir dSge gaSto público: reSultado primário Simulado vS. Svar



          5.3 Financiamento apenas por tributação



               Uma última hipótese a ser testada é a de que não é permitido ao governo se
          endividar para alcançar o equilíbrio fiscal. Nesse caso, a única forma de o governo
          obter o equilíbrio orçamentário é promover o ajuste entre receitas e despesas
          fiscais. Essa situação é comum em países com elevado risco de default, nos quais
          o custo de acesso ao crédito de curto prazo é bastante elevado. Reinhart e Rogoff
          (2009) mostram que tais cenários não são infrequentes.

               Nos gráficos seguintes, em preto, está a simulação do choque de incerteza
          do modelo principal (baseline), isto é, aquele que prevê a possibilidade de endivi-
          damento. Já em azul estão os resultados da simulação desconsiderando-se a possi-
          bilidade de endividamento por parte do governo (ND). Os resultados para as
          variáveis macroeconômicas estão na figura 18, do apêndice B. Os dados apontam
          que a impossibilidade de financiamento pode ter impacto importante sobre como
          o choque de incerteza afeta as variáveis macroeconômicas. O efeito do choque
          de incerteza, no caso sem endividamento, é o de elevar a volatilidade do impacto
          inicial. Entretanto, o efeito global sobre o produto é menor.

               Com relação às variáveis fiscais, as funções impulso-resposta são apresen-
          tadas nas figuras 15 e 16. Nota-se que houve um aumento no impacto da incerteza
          sobre o investimento público (IG), porém, o impacto sobre a tributação foi menor.
          Esse resultado é esperado, pois os investimentos do governo são financiados em
          grande parte por endividamento público. Portanto, a impossibilidade desse tipo de

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