Page 42 - XXII Prêmio Tesouro Nacional 2017
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Tema – Dívida Pública e Concessão de Garantias – Josué Alfredo Pellegrini


                         Gráfico 14 – cUsto de carreGamento das reservas




























          Fonte: Banco Central do Brasil.


               Vale lembrar uma vez mais que o nível de reservas chegou a quase US$ 380
          bilhões ao final de 2012, coroando o processo de acumulação iniciado em 2006.
          Tal nível de reservas, mantido praticamente intacto até o presente, juntamente
          com o elevado custo de carregamento e o acentuado incremento de 21,6 pontos
          percentuais de PIB da DBGG do final de 2013 a junho de 2017, fortaleceu a posição
          dos que defendem a venda de parte das reservas e a utilização dos recursos para o
          abatimento da dívida pública.
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          4.3  Custo de carregamento líquido e variação cambial



               O rendimento das reservas, do modo apresentado até aqui, desconsidera
          as variações da taxa de câmbio. Como as reservas são denominadas em dólar,
          se a taxa de câmbio cai (valorização cambial), as reservas passam a valer menos
          em reais; se a taxa de câmbio sobe (desvalorização cambial), o valor em real das
          reservas aumenta. Assim, se a variação cambial for considerada no rendimento das
          reservas, esse rendimento sobe quando há desvalorização cambial e cai quando há
          valorização cambial. Como visto anteriormente, o custo de carregamento quase
          sempre supera o rendimento das reservas. Já a desvalorização cambial pode mais


          21    O aumento da DBGG foi e continua sendo tão pronunciado que as possíveis consequências econômicas negativas desse
             endividamento descontrolado trazem muitas preocupações. Assim, a externalidade positiva que atualmente resultaria
             do controle e abatimento da dívida representa um benefício não quantificável, a se somar à Selic no cômputo do custo
             de carregamento das reservas. A respeito da evolução e outros aspectos da DBGG, ver Pellegrini (2017).
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