Page 211 - XXIII Prêmio Tesouro Nacional 2018
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Tema – Equilíbrio, transparência e planejamento fiscal de médio e longo prazo – Cristina Yue Yamanari
financiados por fluxos de IDE ou por posições de patrimônio líquido em
empresas locais. A diferença é que, enquanto a Fitch considera o total
líquido de entradas e saídas de IDE, a Moody’s utiliza apenas o saldo
líquido das entradas. A S&P usa as variáveis separadamente no escore
externo. Para Cantor e Packer (1996), um déficit alto em conta corrente
indica que os setores público e privado dependem muito de recursos
estrangeiros, o que pode resultar em um endividamento externo insus-
tentável ao longo do tempo, caso o cenário persista.
XII Reservas internacionais (% PIB) (+): Utilizadas pela Fitch, Moody’s e
S&P. O saldo das reservas em moeda forte é importante para o controle
da estabilidade e do crescimento, principalmente em economias que não
a geram. Países com moedas transacionadas em diversos outros países
têm um meio de troca forte, com menos exposição a vulnerabilidades
externas e volatilidades no fluxo de capital em tempos de crise. A Fi-
tch (2016) entende que o nível de reservas internacionais acumulado
pelo país representa uma importante medida de resiliência a choques
externos, podendo ainda representar a capacidade com que a economia
consegue continuar financiando suas importações na ausência de acesso
a financiamento externo. Tanto a S&P (2014) como a Fitch (2016) usam
o saldo das reservas cambiais oficiais utilizáveis, incluindo ouro, em
suas análises de emissão de ratings soberanos. A Moody’s (2015a) ex-
clui o ouro e utiliza a variável em conjunto com o volume de dívida de
curto prazo e com os principais pagamentos de longo prazo para gerar
um indicador de vulnerabilidade externa, revelando a capacidade de um
soberano de usar suas reservas para efetuar o pagamento da dívida.
5 Resultados
Utilizando-se as doze variáveis identificadas como determinantes, no
mínimo onze mostram-se significativas para as três agências. No caso da S&P,
todas as doze são significativas.
Na Fitch, o histórico de default é a variável com maior impacto na nota. Em
caso afirmativo, o soberano é bastante penalizado e a nota final é reduzida, em
média, em 1,7.
No pilar relativo a finanças públicas, a Fitch considera que altos níveis de
endividamento podem levar a riscos mais altos de default. O aumento em 1 ponto
na acessibilidade da dívida leva à redução média de 0,05 no rating, enquanto a
elevação da relação dívida/PIB o diminui em cerca de 0,02.
Finanças Públicas – XXIII Prêmio Tesouro Nacional – 2018 209